quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O Apagão que nos Espera

Somos nação pródiga em situações inusitadas, seja pela absurdo que muitas vezes revestem a realidade brasileira, seja beirando a piada, seja pela tragédia, em sua maioria todas elas são anunciadas. Estamos a ponto de viver mais destes momentos absurdos da vida brasileira, um apagão educacional.
A cada ano que passa menos cidadãos deste país desejam ser professor, e em especial em algumas áreas do conhecimento, e no ensino médio já faltam professores, geógrafos, químicos e físicos são parte mais evidente deste quadro. Por um lado formamos um número pequeno destes profissionais, e por outro lado, e mais grave, a maioria dos jovens que terminam a sua formação buscam a profissionalização, ou simplesmente a continuação da sua formação objetivando a vida acadêmica. E é evidente, estes jovens não estão dispostos a ganhar salários miseráveis em ambientes de trabalho cada vez mais conturbados e estressantes.
Estas três áreas são as mais evidentes de uma realidade que se apresentará, em nosso entender, mais dramática a cada ano, exceção feita a língua portuguesa que mantém uma oferta razoável de professores a cada ano, as demais áreas do conhecimento tem cada vez menos pessoas sendo formadas com aquelas que se formam, em sua maioria não tem no magistério um fim profissional.
O quando se dará este apagão de fato não sei, mas se sabemos que apenas 37,5% dos alunos estão matriculados no ensino médio, ou seja, mais de 60% dos alunos em idade de escolar estão fora da sala de aula, se houver uma procura por matrículas, criaremos o cenário típico da surrealidade brasileira, alunos que desejam estudar em escolas que não tem professor.
Seria piada tal situação se não fosse ela  trágica, verdade é que estamos próximos de não termos mais professores, ao menos em algumas áreas do currículo, o poder público até hoje não estabeleceu uma unica política pública objetivando reverter este quadro, mas caro leitor, não se impressione, quando uma autoridade estadual e/ou federal vir a público indignada com a situação e do alto de seu cinismo propor uma saída milagrosa que não dará em nada e ainda encontre um culpado por tudo.
Sem salários dignos, sem políticas públicas que garantam uma carreira compensadora para o magistério, não haverá esperança, nem para nós e muito menos para nosso filhos e netos.

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